O presidente da Guiana, Irfaan Ali, conversou sobre "segurança regional" em uma reunião realizada nesta terça-feira (9) com um alto funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em visita a Georgetown.
Ali recebeu o subsecretário adjunto de Defesa para o Hemisfério Ocidental, Daniel Erikson, em seu escritório, juntamente com membros de seu governo e das forças armadas.
"A conversa centrou-se em áreas de interesse mútuo, como segurança regional, segurança alimentar, mudanças climáticas, troca de informações, vigilância de drogas e gerenciamento de riscos de desastres", escreveu o presidente em sua conta no Facebook.
A Guiana é um aliado dos Estados Unidos na região. A visita ocorre logo após dias de tensão devido à disputa de soberania com a Venezuela sobre o Essequibo, um território de 160.000 km² rico em petróleo.
Sem mencionar explicitamente a visita de Erikson à Guiana, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou na segunda-feira seus vizinhos de agirem "sob as ordens dos gringos", em referência aos americanos.
O funcionário também se reuniu com a secretária-geral da Comunidade do Caribe (Caricom), Carla Barnnett, de acordo com a embaixada dos Estados Unidos em Georgetown.
Erikson visita a Guiana um mês após os exercícios militares realizados pelos Estados Unidos no país caribenho, que foram considerados uma "provocação" por Caracas.
Ambos os países se comprometeram a não escalar as hostilidades, embora a chegada de um navio de guerra britânico à costa guianense há 11 dias, também para atividades de defesa, tenha aumentado a situação com a mobilização de mais de 5.600 tropas venezuelanas para manobras militares perto das águas em disputa.
disputa territorial entre os dois países, embora centenária, intensificou-se após a descoberta de grandes reservas de petróleo em 2015 e, posteriormente, no último trimestre do ano passado, com a concessão de licenças de petróleo pela Guiana em águas disputadas.
A Venezuela afirma que o Essequibo faz parte de seu território, como em 1777, quando era uma colônia da Espanha, e apela ao Acordo de Genebra, assinado em 1966 antes da independência da Guiana do Reino Unido, que estabelecia as bases para uma solução negociada e anulava um laudo de 1899.
A Guiana defende esse laudo e deseja que ele seja ratificado pela Corte Internacional de Justiça (CIJ).
* AFP