Israel concentrou as suas operações neste sábado, dia 20, no sul da Faixa de Gaza, gerando divergências com o seu aliado norte-americano sobre a criação de um Estado palestino.
Testemunhas relataram bombardeamentos no sul da Faixa, especialmente no sector Khan Younis, onde as forças israelenses suspeitam que comandos do Hamas estejam escondidos.
Na manhã de sábado, o Ministério da Saúde do Hamas, que controla Gaza, anunciou que os “ataques” causaram pelo menos 90 mortes durante a noite.
Segundo essa fonte, as operações de Israel em Gaza deixaram 24.762 mortos, maioritariamente mulheres e menores, e mais de 62 mil feridos.
O conflito começou em 7 de outubro com um ataque sem precedentes contra o território de Israel por parte do grupo classificado como “terrorista” pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Militantes do Hamas mataram 1.140 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada no balanço oficial israelense, e sequestraram outras 250, das quais cerca de uma centena foram libertadas durante uma trégua em novembro.
Na sexta-feira, familiares dos reféns ainda mantidos em cativeiro organizaram um protesto em frente à residência privada do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem exigem um acordo que permita a sua libertação, segundo a imprensa local.
"Quase tudo destruído"
Além da sua operação militar, Israel mantém um “cerco total” a Gaza desde 9 de outubro e exerce um bloqueio praticamente total à entrada de água, alimentos, medicamentos e combustível.
A Organização Mundial da Saúde lamentou as “condições de vida desumanas” dos 2,4 milhões de habitantes deste território devastado.
Segundo Enrico Vallaperta, que retornou de uma missão de várias semanas em Gaza para Médicos Sem Fronteiras (MSF), “quase tudo está destruído e o que não está está superpovoado”.