O presidente eleito da Guatemala, Bernardo Arévalo, destacou, nesta quarta-feira (13), sua luta para "resgatar a democracia" na Guatemala das mãos de "elites político-criminosas", durante uma visita à Costa Rica, onde se reuniu com o mandatário Rodrigo Chaves.
A Guatemala "está lutando para conseguir resgatar a democracia, sua Constituição, o processo democrático das mãos das elites político-criminosas que a estão violando neste momento", afirmou Arévalo em coletiva de imprensa na Casa Presidencial em San José.
Arévalo, que deve assumir a Presidência em 14 de janeiro, está sendo "atacado" pelo Ministério Público, disse Chaves.
Desde que Arévalo surpreendeu no primeiro turno presidencial em junho, o Ministério Público da Guatemala buscou cancelar seu partido, o Semilla, solicitou a retirada de sua imunidade, acusou o tribunal eleitoral de irregularidades e, em sua investida mais recente, considerou "nulas" as eleições.
"O governo da República da Costa Rica vê com enorme preocupação e censuramos energicamente as ações do Ministério Público da Guatemala que atentam contra a democracia nesse país, contra o Estado de direito, a separação dos poderes e a transição pacífica do mandato presidencial", disse o mandatário costarriquenho.
Diante da "gravidade desses fatos", acrescentou Chaves, a "Costa Rica tem expressado seu repúdio às ações do Ministério Público".
"Eu acredito, tenho fé e peço a Deus que você seja empossado como deveria. Que tome posse em 14 de janeiro. E desejo o maior sucesso ao seu governo, porque o sucesso de seu governo vai ser o sucesso do povo guatemalteco, que tanto necessita voltar a recuperar a fé e a esperança na democracia", expressou o presidente da Costa Rica.
Na semana passada, Arévalo anunciou que as ações do Ministério Público são "um golpe de Estado absurdo, ridículo e perverso", que busca evitar sua posse.
O Tribunal Eleitoral da Guatemala informou que os resultados das eleições "estão oficializados e são inalteráveis", apesar das tentativas do Ministério Público de anulá-los.
Os Estados Unidos, a União Europeia, a ONU e a OEA têm criticado reiteradamente as manobras do Ministério Público guatemalteco contra Arévalo.
Durante a visita, Arévalo convidou Chaves para participar de sua cerimônia de posse.
* AFP