A trégua temporária entre Israel e Hamas expirou, na manhã de sexta-feira (1º), e o exército israelense anunciou a retomada de operações de combate na Faixa de Gaza. Israel acusa o grupo terrorista de violar o acordo de cessar-fogo temporário.
"O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra o território israelense", afirmou o exército em comunicado (veja abaixo), acrescentando que "retomou o combate contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza".
Na sequência, via perfil no Telegram, as Forças de Defesa de Israel (FDI) disseram que sirenes de alerta para possíveis ataques soam, nesta manhã de sexta, em diferentes comunidades próximas à fronteira com a Faixa de Gaza. É o caso dos kibutz Holit, Sufa, Nir Yitzhak e Nahall Oz. O exército israelense afirmou, ainda, que vários lançamentos vindos da Faixa de Gaza e direcionados a Israel foram identificados .
Em resposta, caças de Israel estão atacando alvos na Faixa de Gaza, segundo o exército.
Mais cedo, pouco antes do término da trégua, Israel afirmou que o sistema antimísseis interceptou um foguete disparado da Faixa de Gaza.
De acordo com a agência de notícias AFP, o porta-voz Ashraf al-Qudra, do Ministério da Saúde palestino, controlado pelo Hamas, disse que pelo menos seis palestinos foram mortos na manhã de sexta-feira durante bombardeio israelense na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Duas crianças também foram mortas no bombardeio da cidade de Gaza, de acordo com Fadel Naim, médico do Hospital Al Ahli, quando os combates recomeçaram.
Uma fonte próxima ao Hamas declarou à AFP que o braço armado da organização recebeu "a ordem de retomar o combate e defender a Faixa de Gaza".
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, anunciou que 29 pessoas morreram na Faixa desde a retomada dos combates.
Fim da trégua
O reinício dos combates acabou com a esperança de uma prorrogação da trégua de sete dias que permitiu a libertação de dezenas de reféns em troca de prisioneiros palestinos detidos em Israel, além de ter facilitado a entrada de ajuda na Faixa de Gaza.
Na quinta-feira, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, se reuniu com autoridades palestinas e israelenses. Ele fez um apelo a favor da extensão da trégua e alertou que, em caso de retomada dos combates, os civis palestinos devem ser protegidos.
A trégua representou uma pausa nos combates iniciados em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram Israel. O ataque surpresa deixou 1.200 mortos, a maioria civis, e 240 sequestrados, segundo as autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas e iniciou uma campanha de ataques aéreos e terrestres em Gaza que, segundo o governo do Hamas, deixou mais de 15 mil mortos, a maioria civis.
Durante a trégua mediada pelo Catar, 80 reféns israelenses foram liberados em troca de 240 prisioneiros palestinos. Mais de 20 estrangeiros, a maioria tailandeses que trabalhavam em Israel, foram liberados à margem do acordo de troca. Na quinta-feira à noite, seis israelenses foram liberadas, horas depois da saída de duas reféns.
O número de reféns libertados na quinta-feira chegou a oito, menos dos 10 por dia que o Hamas deveria liberar segundo o acordo de trégua. Uma fonte do grupo islamista indicou que foram incluídas na contagem duas mulheres com dupla cidadania, russa e israelense, liberadas na quarta-feira.
Organizações internacionais pediram mais tempo para transportar suprimentos médicos, alimentos e combustível para Gaza, onde 1,7 milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas.
A trégua permitiu que as pessoas retornassem para observar as casas destruídas e tentar recuperar alguns pertences entre os escombros.