O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, não viajará à Espanha na quinta-feira (5), onde estava programada uma reunião com o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, após as recentes declarações de países europeus a favor da Armênia, informou nesta quarta-feira (4) uma fonte do governo azerbaijano.
"O Azerbaijão não considerou necessário participar nas negociações que acontecerão na cidade espanhola de Granada", afirmou a fonte, que pediu anonimato, confirmando informações da imprensa de Baku.
Pashinian, por outro lado, confirmou a sua participação na reunião de Granada, e disse no Parlamento armênio que é "uma pena" que a reunião com o presidente do Azerbaijão não aconteça na cidade andaluz.
Aliyev não viajará devido ao "ambiente anti-azerbaijano estabelecido" após a recente ofensiva de Baku contra os separatistas armênios de Nagorno-Karabakh, um território montanhoso dentro do Azerbaijão.
A fonte mencionou, entre outros pontos, as "declarações pró-Armênia das autoridades francesas", assim como a visita da ministra das Relações Exteriores da França à Armênia, onde ela aprovou a entrega de material militar ao país.
Também citou as "acusações feitas ontem contra o Azerbaijão pelo presidente do Conselho da União Europeia, Charles Michel".
A ofensiva relâmpago com a qual o Azerbaijão recuperou, em setembro, o controle efetivo de Nagorno-Karabakh, deixou quase 600 mortos e milhares de refugiados.
Nagorno-Karabakh, de maioria armênia e cristã, proclamou a desintegração do Azerbaijão, de maioria muçulmana, durante a desintegração da União Soviética.
Desde então, os armênios do território, que receberam o apoio de Ierevan, enfrentaram o governo do Azerbaijão e travaram duas guerras, uma entre 1988 e 1994 e a última no fim de 2020, quando perderam vários territórios.
* AFP