Centenas de milhares de afegãos que vivem em situação irregular no Paquistão devem deixar o país antes de 1º de novembro, ou serão deportados, anunciou o governo nesta terça-feira (3).
Este anúncio surge no momento em que o Paquistão enfrenta um aumento nos ataques que o governo atribui a grupos que operam do Afeganistão, uma acusação que o governo talibã em Cabul nega.
No Paquistão, há cerca de 1,3 milhão de afegãos registrados como refugiados, e 880 mil têm "status" de residência legal, segundo os últimos dados da ONU.
Já o ministro do Interior do Paquistão, Sarfraz Bugti, indicou que há pelo menos 1,7 milhão de afegãos em situação irregular no país.
"A data-limite é 1º de novembro" para migrantes e estrangeiros que vivem de forma irregular no Paquistão, anunciou Bugti à imprensa.
"Se não saírem (...) então todas as agências de segurança das províncias e do governo federal serão mobilizadas para deportá-los", acrescentou.
Em um comunicado divulgado na rede social X (antigo Twitter), a embaixada do Afeganistão disse que mais de 1.000 cidadãos foram detidos no Paquistão nas últimas duas semanas e que metade tinha o "status" migratório regularizado.
Bugti anunciou, ainda, que, a partir de novembro, os afegãos poderão entrar no Paquistão apenas com visto, ou passaporte.
Nas últimas décadas, milhões de afegãos fugiram de sucessivos conflitos, rumo ao Paquistão, utilizando seu documento de identidade como documento de viagem.
Desde o retorno dos talibãs ao poder, em agosto de 2021, cerca de 600 mil afegãos fugiram para o país vizinho.
* AFP