O ex-primeiro-ministro do Paquistão Nawaz Sharif, 73, retornou neste sábado (21) ao país, depois de quatro anos de exílio autoimposto, com o objetivo de retornar à política antes das eleições.
O país do sul da Ásia enfrenta uma crise econômica, política e de segurança antes das eleições, adiadas para janeiro, no momento em que o principal rival de Sharif, o popular Imran Khan, permanece preso.
"Estamos totalmente preparados para as eleições", afirmou Sharif em Dubai, antes do embarque para Islamabad. "Nosso país, que deveria estar no auge da prosperidade, realmente retrocedeu", acrescentou.
Dezenas de milhares de simpatizantes tomaram o parque Iqbal, em Lahore, para ver Sharif. Seu partido, a Liga Muçulmana Paquistanesa (PML-N), cuja popularidade está em queda, anunciava há meses o retorno do político, e espera ganhar força.
O ex-chefe de governo, no entanto, enfrenta uma condenação por corrupção e uma pena de prisão inacabada. A Alta Corte de Islamabad concedeu nesta semana a Sharif uma medida cautelar até terça-feira, o que eliminou a ameaça de prisão imediata quando ele retornasse ao país.
"Ele fez muito pelos estudantes", ressaltou em Lahore Muhammad Hassan, 19, militante do braço estudantil da PML-N.
Sharif foi primeiro-ministro em três ocasiões, até ser deposto, em 2017, e banido da vida política após uma condenação por corrupção.
O ex-premier cumpriu menos de um ano da sentença de sete anos de prisão, antes de ser autorizado a receber atendimento médico no Reino Unido. Ele ignorou as ordens posteriores de retorno ao país durante o governo de Imran Khan.
A sorte de Sharif mudou quando seu irmão Shehbaz Sharif chegou ao poder, no ano passado, e promoveu mudanças legais que o favoreceram. No entanto, será difícil para ele conquistar um eleitorado que desconfia das dinastias políticas, com uma população jovem atraída pelo partido de Khan, mais próximo das redes sociais.
* AFP