Um bombardeio atingiu nesta terça-feira (17), o hospital Al-Ahli, na cidade de Gaza, que abrigava milhares de civis no fogo cruzado entre Israel e o grupo terrorista Hamas, e deixou centenas de mortos e um número ainda desconhecido de pessoas sob os escombros. O ataque ao hospital, que ocorre em meio à piora da situação humanitária na Faixa de Gaza, afetou o esforço diplomático para amenizar a tensão na região. A visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, à Jordânia foi cancelada e a ONU adiou uma discussão do Conselho de Segurança sobre a crise.
No começo desta noite, Biden embarcou para Israel, mas o seu encontro com o rei Abdullah II da Jordânia e os presidentes do Egito Abdel Fatah Al-Sisi e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas para discutir a crise em Gaza foi cancelado. A reunião do democrata como primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu está mantida.
Em paralelo, um encontro do Conselho de Segurança sobre a crise no Oriente Médio foi adiado para esta quarta-feira a pedido da Rússia e dos Emirados Árabes Unidos. Com isso, a reunião que estava prevista para a noite desta terça para discutir uma resolução patrocinada pelo Brasil sobre o conflito e vinha sendo negociada desde o dia anterior nos bastidores foi adiada.
No Líbano, o grupo terrorista libanês Hezbollah responsabilizou Israel pelo ataque e prometeu "um dia de fúria" na quarta-feira, dia da visita de Biden a Israel, em protesto.
Após o ataque, manifestantes tomaram as ruas de diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África, como Túnis, Amã, Ancara, Líbano e Ramallah, em protesto contra o bombardeio, que atribuíram a Israel. Na maioria dessas cidades, a multidão se reuniu diante das embaixadas de Israel e dos Estados Unidos.
Guerra de versões após ataque
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governado pela ala política do grupo terrorista Hamas, responsabilizou o governo de Israel pelo bombardeio e disse que o ataque deixou ao menos 500 mortos em um hospital da Faixa de Gaza, mas o número exato de vítimas ainda não está claro. "O hospital abrigava centenas de doentes e feridos, bem como pessoas deslocadas à força", afirmou o Ministério da Saúde em Gaza, em comunicado.
O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, pelo bombardeio. "Uma análise do sistema operacional do Exército indica que uma barragem de foguetes foi disparada por terroristas em Gaza e passou perto do hospital, que foi atingido", disse o Exército israelense em nota.
A Jihad Islâmica negou a acusação de Israel. "Não houve operações nessa área", disse o porta-voz do grupo Daoud Shebab ao New York Times. No passado, foguetes disparados por radicais palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza.