O primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, classificou neste domingo (24) como "ineficazes" as atuais alianças de seu país, em alusão às suas relações de longa data com Moscou, herdadas da época em que a Armênia era parte da URSS.
"Os sistemas de segurança estrangeiros, dos quais a Armênia participa, mostraram-se ineficazes para proteger sua segurança e seus interesses", declarou Pashinyan, em um discurso transmitido pela televisão.
"A Armênia nunca renunciou às suas obrigações nem traiu seus aliados. Mas a análise da situação mostra que os sistemas de segurança e os aliados, com os quais contamos há tempos, estabeleceram como objetivo mostrar nossa vulnerabilidade e a incapacidade do povo armênio de ter um Estado independente", acrescentou.
A Armênia continua fazendo parte da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), uma aliança militar liderada pela Rússia, mas já havia dado sinais de distanciamento, mesmo antes da ofensiva desta semana em Nagorno-Karabakh pelo Exército do Azerbaijão, que precipitou uma guinada fora da esfera de influência de Moscou.
Em Yerevan, a frustração vem crescendo há meses, dada a incapacidade da Rússia de apoiar a Armênia frente ao Azerbaijão e a falta de compromisso das forças de manutenção da paz russas no conflito entre estes dois Estados vizinhos.
A Armênia, que em janeiro se recusou a acolher as manobras da OTSC, acaba de realizar exercícios militares com os Estados Unidos este mês, para consternação de Moscou.
Em maio de 2023, o primeiro-ministro armênio já havia mencionado a possibilidade de Yerevan se retirar da OTSC, também no âmbito da questão de Nagorno-Karabakh.
* AFP