O Exército do Azerbaijão garantiu, nesta terça-feira (19), que havia capturado mais de 60 posições armênias em sua ofensiva em Nagorno Karabakh, um enclave disputado com a Armênia há décadas.
"Mais de 60 posições de combate das forças [separatistas] armênias estão agora sob controle de nossas forças armadas", disse um porta-voz do Ministério da Defesa azeri, Anar Eyvazov, em uma entrevista coletiva.
O Azerbaijão lançou hoje uma operação militar em Nagorno Karabakh e pediu a retirada "total e incondicional" da Armênia deste enclave montanhoso do Cáucaso.
No fim de 2020, os dois países entraram novamente em guerra por causa desse território, depois de anos de relativa paz após o cessar-fogo firmado em 1994. Na época, a Turquia - que tem ótimas relações com o Azerbaijão e um histórico problemático com a Armênia - apoiou Baku e lhe forneceu drones.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou diversas vezes que Turquia e Azerbaijão são "dois Estados, mas uma única nação", uma afirmação que reflete a proximidade histórica entre os dois países.
Nesse sentido, Erdogan reiterou hoje seu apoio ao Azerbaijão. "Apoiamos as medidas tomadas pelo Azerbaijão [...] para defender sua integridade territorial", escreveu o presidente turco na rede social X, o antigo Twitter. "Karabakh é um território azeri. A imposição de outro status nunca será aceita", acrescentou.
Pouco antes, o Ministério de Relações Exteriores da Turquia havia classificado de "legítimas" as "preocupações" que levaram o Azerbaijão a lançar a ofensiva.
"Como consequência das preocupações legítimas e justificadas que expressou reiteradamente [...], o Azerbaijão viu-se obrigado a tomar medidas que considera necessárias sobre seu próprio território soberano", indicou, mas, ao mesmo tempo, pediu a "continuidade do processo de negociação entre Azerbaijão e Armênia".
As relações entre Turquia e Armênia estão prejudicadas pelos massacres de armênios cometidos durante a Primeira Guerra Mundial no Império Otomano (atual Turquia). Erevan e muitos países consideram essas ações um genocídio, um termo que Ancara rejeita.
* AFP