Tunísia e Líbia anunciaram, nesta quinta-feira (10), um acordo para compartilhar a recepção de migrantes que estão bloqueados há um mês na passagem de fronteira de Ras Jedir, para onde foram levados pela polícia tunisiana, segundo vários testemunhos, relatórios de ONGs e agências da ONU.
Em uma reunião entre os ministros do Interior realizada na Tunísia, os dois países "chegaram a um acordo para dividir os grupos de migrantes na fronteira", informou à AFP um porta-voz do governo tunisiano.
O Ministério do Interior da Líbia anunciou um acordo bilateral "para uma solução consensual que ponha fim à crise de migrantes irregulares bloqueados na zona fronteiriça".
Ainda há cerca de 300 migrantes subsaarianos bloqueados em condições precárias na área de Ras Jedir nos últimos dias, disseram fontes humanitárias à AFP.
"A Tunísia receberá um grupo de 76 homens, 42 mulheres e 8 crianças", detalhou o porta-voz do Ministério do Interior, Faker Bouzghaya.
O pacto prevê que os líbios recebam o restante dos migrantes bloqueados, cerca de 150, disse o porta-voz oficial da Tunísia.
"A transferência do grupo aconteceu ontem [quarta-feira] em centros de acolhida em Tataouine e Medenine, com a participação do Crescente Vermelho Tunisiano", acrescentou.
Até 350 pessoas ficaram presas em Ras Jedir, incluindo 12 grávidas e 65 crianças, segundo fontes humanitárias.
A polícia da Tunísia expulsou "pelo menos 2.000 subsaarianos" para áreas desérticas nas fronteiras com Argélia e Líbia após a morte de um tunisiano em 3 de julho, em Sfax, durante uma luta com migrantes, disseram fontes humanitárias à AFP.
* AFP