O naufrágio da canoa que partiu da costa do Senegal com uma centena de migrantes a bordo deixou mais de 60 desaparecidos, que muito provavelmente não sobreviveram, informou a Organização Internacional para Migração (OIM), nesta quarta-feira (16).
A embarcação foi localizada há dois dias no Oceano Atlântico, a cerca de 270 quilômetros de Cabo Verde, por um barco de pesca espanhol que alertou as autoridades do arquipélago.
De acordo com a porta-voz da OIM Sada Msehli, 63 tripulantes da embarcação teriam morrido, e 38, sobrevivido, incluindo quatro menores com idades entre 12 e 16 anos.
Até o momento, as equipes de resgate encontraram os corpos de sete pessoas.
A pequena embarcação partiu no dia 10 de julho da cidade de Fass Boye, no oeste do Senegal, com 101 passageiros a bordo, de acordo com relatos dos sobreviventes citados pelo Ministério das Relações Exteriores do Senegal e por outras fontes.
"Todos os desaparecidos estão mortos", disse à AFP Abdou Karim Sarr, responsável pelo Conselho de Pesca Artesanal local.
Cabo Verde, na costa noroeste da África, situa-se em uma perigosa rota migratória percorrida todos os anos por milhares de migrantes que sonham em chegar à Europa.
A travessia é feita em canoas ou outras embarcações precárias, muitas com destino ao arquipélago espanhol das Ilhas Canárias.
Vários testemunhos explicaram os riscos destas travessias, expostas a problemas técnicos das embarcações e à falta d'água e comida a bordo.
Nos últimos aos, o Senegal viveu vários dramas migratórios.
Na madrugada de 23 para 24 de julho, 16 migrantes morreram no naufrágio do marco em que viajavam perto do litoral de Dacar.
Dias antes, ao menos 13 senegaleses morreram em frente ao litoral do Marrocos.
No fim de julho, o governo senegalês apresentou uma Estratégia Nacional para o combate à imigração clandestina, com base em quatro eixos: prevenção, controles fronteiriços, repressão e reinserção dos migrantes.
* AFP