O ex-presidente da Costa Rica, Guillermo Solís, foi acusado de prejudicar as finanças públicas durante seu governo (2014-2018), informou o Ministério Público do país nesta quinta-feira (6).
As acusações baseiam-se na influência supostamente exercida por Solís para "transferir dinheiro do Tesouro Nacional para o Bancrédito (Banco Crédito Agrícola de Cartago), sem suporte técnico e com baixíssima possibilidade de retorno, com a intenção de que o banco parecesse ter um índice de liquidez suficiente", segundo a Procuradoria Adjunta de Probidade, Transparência e Combate à Corrupção (Fapta).
Segundo o Ministério Público costa-riquenho, esta "manobra" impediria a intervenção do banco "devido aos graves problemas de liquidez que enfrentava" e evitaria que a imagem do governo de Solís fosse prejudicada.
"Repudio de forma categórica as acusações feitas a mim. No governo da República sempre agimos apegados ao direito, buscando o benefício do país, assim como a proteção dos credores do Bancrédito e dos direitos de seus trabalhadores", disso o ex-presidente em um vídeo publicado em sua conta no Twitter.
O Bancrédito foi uma entidade do Estado com fins comerciais que acabou falindo em julho de 2017, durante o governo Solís, após anos de prejuízos e resultados ruins.
O Ministério Público também acusou pelo mesmo crime o ex-vice-presidente e ex-ministro da Fazenda Helio Fallas, o ex-ministro da Presidência Sergio Alfaro, a ex-diretora do Tesouro Nacional, Martha Cubillo, e o adjunto dela, Mauricio Arroyo.
"As ações dos acusados resultaram em prejuízo à Fazenda Pública e ao interesse público", disse o Ministério Público.
Os cinco acusados podem ser condenados a penas entre dois e oito anos de prisão, de acordo com o Código Penal da Costa Rica.
* AFP