Sons "consistentes com uma implosão" foram registados após o submersível da empresa turística OceanGate ter perdido o contato com a superfície, no último domingo (18), revelaram as autoridades norte-americanas.
A informação se soma à descoberta dos destroços que culminaram com o anúncio do incidente "catastrófico". Os fragmentos encontrados perto dos destroços do Titanic incluíam o cone da cauda do Titan e duas partes do casco de pressão.
O submersível, desapareceu depois de uma hora e 45 minutos de mergulho. Em caso de emergência, a cápsula estaria projetada para garantir 96 horas de oxigênio como “suporte de vida”.
As buscas de cinco dias que se seguiram não tiveram sucesso. Na quinta-feira (22), o contra-almirante Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, confirmou as mortes das cinco pessoas a bordo do Titan.
As cinco pessoas a bordo eram o bilionário e explorador britânico Hamish Harding, de 58 anos; o magnata de negócios nascido no Paquistão Shahzada Dawood, 48, e seu filho Suleman, de 19, ambos cidadãos britânicos; o oceanógrafo francês e especialista em Titanic Paul-Henri Nargeolet, 77, que visitou os destroços dezenas de vezes; e o norte-americano Stockton Rush, fundador e executivo-chefe da OceanGate, que pilotava o submersível.
Implosão catastrófica
A tese de implosão do submersível Titan ganha terreno com novas informações difundidas pelas autoridades norte-americanas.
A causa apontada para o acidente teria sido uma "implosão catastrófica", com base nos padrões de detritos. A este dado soma-se a detecção de sons "consistentes com uma implosão ou explosão próximo de onde o submersível Titan operava quando as comunicações se perderam”, de acordo com a Marinha norte-americana.
Um oficial da Marinha dos EUA relatou à CBS News que as informações sobre os "sons detectados" foram, depois, usados pela Guarda Costeira para restringir a área de busca. Os esforços continuam para mapear o campo de destroços e investigar o fundo do mar ao redor do Titanic.
Um veículo subaquático operado remotamente (ROV) encontrou cinco fragmentos principais do submarino Titan de 6,7 metros.
— O campo de destroços no fundo do mar está a cerca de 488 metros da proa dos destroços do Titanic, que repousa a quatro quilômetros abaixo da superfície do Atlântico Norte — respondeu o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA John Mauger, a jornalistas.
Citado na BBC, Paul Hankin, um especialista em submarinos, sublinhou que a primeira indicação de que o submersível poderia ter implodido surge com a descoberta de um grande campo de destroços, na quinta-feira.
— Essencialmente, encontramos cinco pedaços principais diferentes de detritos que nos indicam ser dos restos do Titan — alegou.
A agência Reuters noticiou, também na quinta-feira, que as renúncias de responsabilidade assinadas pelos passageiros do Titan podem não proteger o proprietário da embarcação de possíveis processos judiciais por parte das famílias das vítimas.
Turismo, lucro e risco da curiosidade
Com o destino do Titan e daqueles que iam a bordo, as atenções voltam-se agora para a segurança de serviços de turismo e a respectiva adequação para transportar pessoas até o local do naufrágio do Titanic.
Quem embarcou naquela que se tornou a última viagem do Titan, pagou mais de € 250 mil (R$ 1,2 milhão). O percurso levaria oito horas para descer a 3,8 mil metros e chegar ao que resta do RMS Titanic, a cerca de 380 milhas da costa de St. John's, em Newfoundland, Canadá.
A OceanGate realizou expedições bem-sucedidas em 2021 e 2022 e tem 18 mergulhos planejados em 2023.