Um homem armado com uma faca feriu ao menos seis pessoas nesta quinta-feira (8) em um parque perto do Lago Annecy, nos Alpes franceses, antes de ser preso. Entre as vítimas estão quatro crianças pequenas. Três dos feridos, um adulto e duas crianças, correm risco de morte.
O ataque ocorreu por volta das 9h45min (4h45min no horário de Brasília), quando crianças de cerca de três anos estavam nos Jardins da Europa, um parque muito popular às margens do Lago Annecy.
Segundo testemunhas ouvidas pela rede BFMTV, o homem tentou fugir do parque após o ataque e agrediu um idoso antes de ser rapidamente detido pela polícia.
O agressor, de 32 anos, era de nacionalidade síria e viveu 10 anos na Suécia, onde obteve o status de refugiado em 26 de abril. Também solicitou o asilo na França em novembro, segundo uma fonte policial.
— Ele queria atacar todo mundo. Eu me afastei e ele atacou um avô e uma avó e esfaqueou o avô — disse Anthony Le Tallec, ex-jogador do Saint Etienne e do Liverpool, ao jornal regional Le Dauphiné libéré.
O ex-jogador de futebol, que corria às margens do lago, descreveu uma situação de "pânico total" e garantiu que o agressor usava "uma bandana ou turbante", que tirou na sua frente.
Seis pessoas ficaram feridas, informou a prefeitura do departamento de Haute-Savoie, no último balanço. Um adulto e dois menores correm risco de morte, disse uma fonte próxima ao caso.
A polícia isolou os arredores do parque, confirmou um jornalista da AFP. Segundo o Le Dauphiné libéré, a maioria das vítimas foi transferida para o hospital Annecy Genevois e as testemunhas para um prédio próximo ao local do drama.
Minuto de silêncio
Líderes políticos condenaram o ataque e expressaram sua solidariedade às vítimas e a seus familiares. A Assembleia Nacional fez um minuto de silêncio.
"Ataque absolutamente covarde esta manhã em um parque em Annecy. Várias crianças e um adulto estão entre a vida e a morte. A nação está em choque", tuitou o presidente francês Emmanuel Macron.
A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, e o ministro do Interior, Gérald Darmanin, viajarão para a cidade turística nos Alpes, de cerca de 140 mil habitantes, disseram seus escritórios.
Em um contexto de tensão política sobre uma futura reforma migratória, o líder do partido de oposição de direita Os Republicanos (LR), Éric Ciotti, que defende o endurecimento do asilo, exortou nesta quinta-feira a "tirar as consequências" do atentado "sem ingenuidade, com força e lucidez". As autoridades ainda não determinaram se foi um ataque terrorista.
A França foi alvo de uma série de ataques jihadistas traumáticos na última década, como os perpetrados contra a revista satírica Charlie Hebdo, o Stade de France e a casa de shows Bataclan em 2015, e a cidade de Nice em 2016.
Mais recentemente, a decapitação de um professor em plena luz do dia perto de sua escola nos arredores de Paris em 2020 por um refugiado checheno provocou uma onda de comoção e um debate nacional sobre a influência do islamismo radical na França.