Os combates prosseguiam nesta terça-feira (30) no Sudão, onde a trégua, que nunca foi respeitada, foi prorrogada por mais cinco dias para possibilitar as tentativas de entrega de ajuda humanitária ao país africano, que enfrenta um cenário de fome.
O conflito iniciado em 15 de abril envolve o Exército oficial, comandado pelo general Abdel Fatah al Burhan, e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (FAR), lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo.
Na segunda-feira (29), os dois concordaram em prorrogar por mais cinco dias a trégua - que está em vigor desde 22 de maio e é supervisionada por Arábia Saudita e Estados Unidos.
Porém, os ataques aéreos, os disparos de artilharia e os deslocamentos de blindados não param no país.
O conflito, que deixou pelo menos 1.800 mortos, de acordo com a ONG ACLED, e quase 1,5 milhão de deslocados e refugiados, segundo a ONU, continua matando e forçando as famílias a abandonarem suas casas.
Moradores entrevistados pela AFP relataram combates durante a madrugada de terça-feira na capital Cartum e em Nyala, cidade de Darfur, uma grande região do oeste do país que foi cenário de uma guerra civil devastadora na década de 2000.
Antes do novo conflito, o Sudão já era um dos países mais pobres do mundo. E após quase sete semanas de guerra, 25 dos 45 milhões de sudaneses não conseguem mais sobreviver sem a ajuda humanitária, afirmou a ONU.
Embora os governos dos Estados Unidos e da Arábia Saudita tenham elogiado a prorrogação da trégua, os sudaneses temem "uma guerra civil total", segundo a Força de Liberdade e Mudança (FLC), uma coalizão de partidos e associações civis contrária ao governo militar, que chegou ao poder com um golpe de Estado em 2021 dos generais Burhan e Daglo, atualmente rivais.
* AFP