As autoridades de Burkina Faso decretaram, nesta quinta-feira (13), uma "mobilização geral" para "dar ao Estado todos os meios necessários" para combater os ataques jihadistas no país, incluída a possibilidade de recrutamento da população.
"Trata-se, sobretudo, de dar, através deste decreto, um marco jurídico e legal ao conjunto de ações a serem implementadas para fazer frente à situação que se vivencia em Burkina Faso", afirma um comunicado da Presidência difundido após uma reunião do Conselho de Ministros.
Com essa decisão, as autoridades terão "o direito de solicitar pessoas, bens e serviços, o direito a submeter a controle e repartição os recursos de abastecimento" e "o direito de reivindicar o uso da defesa, a título individual ou coletivo", detalha um resumo do Conselho de Ministros.
Em dezembro, o presidente de transição, Ibrahim Traoré, que chegou ao poder após um golpe de Estado em setembro de 2022, recorreu ao Conselho Constitucional para a adoção deste decreto e recebeu luz verde.
Naquele momento, o capitão Traoré invocou as "graves ameaças sobre as instituições de Burkina Faso, a independência da nação e a integridade do território nacional" para uma mobilização geral.
Palco de dois golpes de Estado militares em 2022, Burkina Faso sofre desde 2015 uma espiral de violência jihadista que antes havia eclodido em Mali e Níger e se expandiu para além.
Na semana passada, 44 civis morreram em um ataque contra dois vilarejos no nordeste do país, perto da fronteira com o Níger.
Desde 2015, a violência jihadista já deixou mais de 10.000 mortos entre civis e militares e cerca de 2 milhões de deslocados, segundo ONGs.
* AFP