Um vídeo chocante divulgado, nesta terça-feira (21), mostra a morte de um homem negro de 28 anos ao ser internado em um hospital psiquiátrico nos Estados Unidos, onde foi contido à força por até 10 policiais e seguranças do hospital.
A morte de Irvo Otieno, em 6 de março, no estado da Virgínia (leste), reacendeu o debate sobre como as forças de segurança dos Estados Unidos tratam as pessoas com doenças mentais.
Sete policiais do condado de Henrico, em sua maioria afro-americanos, e três policiais do Central State Hospital em Petersburg foram acusados de assassinato na semana passada.
A promotora Ann Cabell Baskervill afirma que o jovem de 28 anos morreu "por asfixia" enquanto era "contido fisicamente".
O vídeo da tragédia, registado por uma câmara de vigilância e divulgado nesta terça-feira por vários meios de comunicação, mostra a sua chegada ao hospital depois de três dias em uma cela.
Algemado, com correntes nos tornozelos, sem camisa e sem sapatos, ele avança encurvado, puxado por agentes. Primeiro ele se senta no chão, com as costas apoiadas em uma poltrona. Minutos depois, ele está no chão e eles o detém, sem um motivo aparente. Um policial fica de pé sobre ele e outro aparentemente pressiona o joelho sobre a cabeça e o pescoço de Otieno, enquanto cerca de 10 funcionários do hospital observam. Algumas vezes os ajudam. Por cerca de 11 minutos, os agentes estariam tentando imobilizá-lo para amarrar suas pernas e acabam pressionando diferentes partes do seu corpo, principalmente na região do abdômen, por pelo menos 11 minutos. Quando a pressão é liberada, Irvo Otieno está inconsciente e sem pulso. Os esforços para reanimá-lo fracassam.
A família de Otieno decidiu divulgar o vídeo. Na semana passada, sua mãe, Caroline Ouko, disse que seu filho estava sofrendo de uma crise de "doença mental".
— Meu filho foi tratado como cachorro, pior que cachorro. Eu vi com meus próprios olhos (...) sufocaram meu bebê — disse.
O advogado da família, Ben Crump, comparou o caso ao assassinato de George Floyd, um homem negro de cerca de 40 anos que morreu em 2020 asfixiado por um policial branco. O vídeo de sua morte correu o mundo e gerou uma mobilização contra o racismo e a violência policial.