Trinta e quatro migrantes de países da África subsaariana estão desaparecidos depois do naufrágio da embarcação em que viajavam, nesta sexta-feira (24), em frente à costa da Tunísia, informou um porta-voz judicial.
O barco, que havia zarpado na véspera do litoral da região de Sfax (centro-leste), em direção à costa italiana, levava 38 passageiros - quatro dos quais foram resgatados com vida -, informou o porta-voz do tribunal de primeira instância de Sfax, encarregado da investigação.
"Quarenta pessoas correm o risco de se afogarem no Mediterrâneo central", informou no Twitter a ONG Alarm Phone, grupo de voluntários que administra uma linha telefônica de emergência para migrantes em situação de vulnerabilidade, na manhã de sexta-feira.
Todos os passageiros a bordo da embarcação, segundo o porta-voz Faouzi Masmoudi, eram de países da África subsaariana, região que sofreu uma onda de violência e discriminação na Tunísia desde que o presidente Kais Saied lançou um duro discurso contra a imigração ilegal.
Após as declarações de Saied, que acusou os migrantes de serem responsáveis pela "violência e crimes" e de quererem alterar a demografia do país, boa parte dos 21.000 cidadãos da África subsaariana registrados oficialmente na Tunísia - muitos de forma irregular - perderam seus empregos e suas casas.
Desde o início de março, pelo menos quatro naufrágios mortais de embarcações que transportavam migrantes para a Europa foram registrados na costa da Tunísia, incluindo o desta sexta-feira.
* AFP