Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira (7) na Geórgia em rejeição a um projeto de lei polêmico sobre "agentes estrangeiros", que os críticos veem como uma ferramenta para intimidar a mídia e as ONGs.
A polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar a multidão aglomerada em frente ao Parlamento, onde os deputados aprovaram o projeto de lei em primeira leitura, segundo imagens da televisão independente Pireli TV.
Durante o protesto, que foi essencialmente pacífico, ao menos um manifestante lançou uma bomba incendiária contra um cordão de agentes antidistúrbios, segundo a mesma fonte.
A lei em questão obriga as organizações que recebem mais de 20% de suas receitas do exterior a se registrarem como "agentes estrangeiros", sob pena de sanções.
O texto é semelhante a uma lei aprovada na Rússia em 2012 e que silenciou vozes críticas, incluindo a mídia e organizações de oposição.
A presidente da Geórgia, Salome Zourabichvili, garantiu em um discurso em Nova York que apoia os manifestantes e pediu que o projeto, que ela vetará, seja "revogado".
"Vocês representam hoje a Geórgia livre que vê seu futuro na Europa e não permitirá que ninguém roube esse futuro dela", acrescentou.
A Geórgia, uma pequena ex-república soviética localizada no Cáucaso, quer fazer parte da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Mas essas aspirações são ofuscadas por várias medidas aprovadas pelo governo, que também levantou dúvidas sobre os laços com Moscou.
"A aprovação pelo Parlamento destas leis inspiradas no Kremlin é incompatível com a vontade manifesta do povo georgiano de se integrar na Europa e se desenvolver democraticamente", reagiu a embaixada dos Estados Unidos neste país.
* AFP