De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, a Rússia disparou "seis mísseis de cruzeiro Kalibr, até 35 mísseis guiados antiaéreos S-300 nas regiões de Kharkiv e Zaporizhzhia e utilizou sete drones Shahed" da fabricação iraniana.
Ainda, o comunicado informava que outros "cinco mísseis de cruzeiro Kalibr e cinco drones Shahed foram destruídos" pela defesa antiaérea e que ocorreram ataques do inimigo em "cidades e infraestruturas básicas da Ucrânia". Até o momento, as autoridades ucranianas não relataram vítimas.
De acordo com o comando do exército ucraniano, dois mísseis de cruzeiro russos sobrevoaram nesta manhã a Romênia, país membro da Otan, e a Moldávia, antes de entrar no espaço aéreo da Ucrânia.
Danos
Nos dias que antecederam o ataque russo, Zelensky estava em viagem a Londres, Paris e Bruxelas, para pedir aos aliados europeus mísseis de longo alcance e caças. Após várias derrotas no campo de batalha, a Rússia ataca com frequência as infraestruturas energéticas ucranianas, o que deixa milhões de pessoas sem luz ou calefação no inverno.
A operadora ucraniana Ukrenergo afirmou que os ataques atingiram centrais de energia e instalações do sistema de transmissão em diversas regiões, provocando "cortes de energia elétrica em algumas áreas". "Apagões preventivos de emergência estão sendo aplicados", acrescenta a nota.
— Em uma hora foram registrados 17 ataques na cidade, o maior número desde o início da invasão russa. Devemos resistir — afirmou Anatoly Kurtev, secretário do conselho municipal, em apelo à população civil.
Na região de Kharkiv (nordeste), perto da fronteira com a Rússia, "foram registrados incêndios após ataques com mísseis", afirmou o governador Oleg Sinegubov.
Situação urgente
Os últimos grandes ataques russos haviam acontecido no final de janeiro, um dia depois do anúncio da decisão das potências ocidentais de enviar tanques pesados ao exército ucraniano.
Até o momento, porém, nenhum país concordou em entregar mísseis de longo alcance ou caças à Ucrânia devido ao temor de uma escalada com Moscou. Apenas o Reino Unido abriu a porta para possíveis entregas a "longo prazo".
A situação é cada vez mais complicada na frente de batalha. Com o apoio do grupo paramilitar Wagner, o exército russo prossegue com os bombardeios em Bakhmut, cidade da região do Donbass (leste) que a Rússia tenta conquistar há vários meses.
Também no leste da Ucrânia, as tropas russas reivindicaram nos últimos dias "vitórias" em ataques recentes, em particular ao redor da localidade de Vugledar.