Milhares de pessoas se manifestaram neste sábado (7) em Paris, na França, para homenagear três militantes curdas assassinadas há quase dez anos na capital francesa, segundo jornalistas da AFP. Em uma marcha anual que reúne curdos de outros países europeus, foi, desta vez, duplamente simbólica, ao relembrar o décimo aniversário das mortes e por ocorrer algumas semanas após morrerem outros três militantes curdos na capital.
Durante a manifestação, participantes exibiram cartazes denunciando que "o Estado turco voltou a massacrar três curdos em Paris", em referência ao assassinato de 23 de dezembro de 2022. Os manifestantes também mostraram imagens das três militantes mortas em 2013, membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A polícia francesa não indicou exatamente quantas pessoas estavam presente na aglomeração, apenas que havia "pelo menos 25 mil manifestantes", segundo os organizadores. Durante a madrugada de 9 para 10 de janeiro de 2013, as militantes Sakine Cansiz, de 54 anos, Fidan Dogan, de 28, e Leyla Saylemez, de 24, foram baleadas na cabeça no Centro de Informações do Curdistão, em Paris.
O suposto assassino, Omer Güney, foi preso rapidamente, mas morreu na prisão no final de 2016, poucas semanas antes do início do julgamento. A investigação da justiça francesa indicava o "envolvimento" dos serviços secretos turcos, mas não apontava os mandantes dos assassinatos.
O Estado turco negou oficialmente qualquer envolvimento. Após o triplo homicídio do mês passado, a comunidade curda na França voltou a acusar a Turquia, apesar da nacionalidade francesa do suposto assassino e dos primeiros elementos da investigação apontarem para um homicídio com motivações "racistas".