Manifestantes curdos entraram em confronto com a polícia francesa em Paris, na França, nesta sexta-feira (23), perto de um centro cultural curdo. Em frente ao local, horas antes, um homem havia matado três pessoas a tiros. A informação é de um jornalista da AFP.
Os incidentes começaram quando os manifestantes enfrentaram um cordão policial que protegia o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, que se deslocou ao local para fornecer detalhes da investigação em curso à imprensa.
As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que por sua vez responderam lançando projéteis contra eles e também fizeram fogueira com lixo e ergueram barricadas na rua.
Os confrontos continuavam na capital francesa por volta das 17h (13h no horário de Brasília).
O ataque, em um movimentado bairro comercial que é particularmente popular entre a comunidade curda, deixou pelo menos três mortos e três feridos, segundo balanço da Promotoria de Paris. Um homem foi preso logo após os fatos.
Segundo duas fontes policiais, o detido, um condutor de trem aposentado de 69 anos, de nacionalidade francesa, é conhecido por duas tentativas de homicídio cometidas em 2016 e 2021.
Darmanin disse à imprensa que o suspeito "queria manifestamente atacar estrangeiros". Segundo ele, "não é certo" que o homem queria atingir "especificamente os curdos", depois que rumores nesse sentido circularam na Turquia.
— Ainda não sabemos as suas motivações exatas. (O suspeito) era atirador num clube esportivo e tinha inúmeras armas declaradas — enfatizou o ministro.
Entre as vítimas também não havia "nenhuma pessoa especialmente apontada e conhecida" pelas autoridades francesas, explicou Darmanin, em resposta a uma pergunta sobre sua eventual filiação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" pela União Europeia.