O governo do Kuwait renunciou nesta segunda-feira (23), três meses após sua formação, no mais recente capítulo da profunda crise política que sacode este rico país petroleiro do Golfo.
O governo demissionário, o sexto em três anos, prestou juramento em outubro, após a vitória da oposição nas eleições legislativas, com a intenção de encerrar os altos e baixos na política que paralisam qualquer tentativa de reforma.
O primeiro-ministro Ahmad Nawaf al-Ahmad Al-Sabah apresentou a renúncia de seu governo ao príncipe herdeiro Meshal al-Ahmad al-Jaber al-Sabah, informou nesta segunda a agência de notícias estatal Kuna.
A demissão ocorre ao mesmo tempo em que os parlamentares pretendiam interrogar na terça-feira dois ministros sobre má gestão das finanças públicas e um projeto de alívio para devedores no rico Estado, um dos principais exportadores de petróleo bruto do mundo.
A oposição, que havia boicotado as eleições legislativas nos últimos 10 anos, ganhou a maioria dos assentos nas votações de final de setembro.
O Kuwait é o único país do Golfo que conta com um cenário político e uma sociedade civil muito ativos, apesar de o poder continuar nas mãos dos Al-Sabah.
O atual emir, Nawaf al-Ahmad Al-Sabah, de 85 anos, está aposentado da vida política e já passou o bastão para o príncipe herdeiro.
* AFP