Teve início o cessar-fogo temporário decretado unilateralmente pelo presidente russo, Vladimir Putin, na Ucrânia durante o Natal ortodoxo, a partir das 9h horário local (6h em Brasília). Putin anunciou um cessar-fogo depois que o patriarca da Igreja ortodoxa russa, Cirilo, pediu a suspensão dos combates pelo Natal ortodoxo, que é celebrado no sábado (7).
Nos termos desta trégua, anunciada na véspera, as tropas russas baixariam as armas até as 21h (18h em Brasília) de sábado. No entanto, disparos foram ouvidos em Bakhmut e Kramatorsk nesta sexta.
"Levando-se em consideração o chamado de Sua Santidade o patriarca Cirilo, instruí o ministro da Defesa a ordenar um regime de cessar-fogo ao longo de toda linha de contato entre os lados na Ucrânia", afirmou Putin, conforme comunicado divulgado pelo Kremlin.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, considerou que o suposto cessar-fogo é uma "desculpa para conter o avanço" das tropas de Kiev na região do Donbass e levar "equipamentos, munições e aproximar os homens das nossas posições".
Ceticismo e denúncia
O ceticismo com o qual as autoridades ucranianas perceberam o anúncio de Putin parece ter se justificado com ações em Bakhmut e Kramatorsk na manhã desta sexta-feira (6).
Bombardeios de artilharia continuavam após o horário estabelecido como início do baixar armas em ambos os lados do "front" em Bakhmut, epicentro dos combates no leste da Ucrânia, e em Kramatorsk.
Disparos de ambos os lados foram ouvidos após o início teórico do cessar-fogo às 9h (6h no horário de Brasília) na cidade de Bakhmut onde as ruas estão em grande parte destruídas e desertas. Embora a intensidade do confronto tenha sido menor do que nos dias anteriores.