Os Estados Unidos têm um compromisso "inabalável" com as Filipinas, disse a vice-presidente americana Kamala Harris, nesta segunda-feira (21), durante uma visita ao arquipélago para fortalecer os laços e combater a crescente influência da China na região.
Harris é a principal autoridade americana a visitar Manila desde que Ferdinand Marcos assumiu o poder em junho, e sua viagem anuncia laços mais estreitos entre os dois aliados, cujas relações esfriaram durante o mandato do ex-presidente Rodrigo Duterte, que é próximo a Pequim.
A vice-presidente americana também se reuniu com sua colega filipina Sara Duterte, filha do ex-presidente cuja guerra mortal contra as drogas é objeto de investigação internacional.
"Estamos com vocês na defesa das leis e normas internacionais em relação ao mar da China Meridional", disse Harris a Marcos no início de sua reunião no palácio presidencial de Manila.
"Um ataque contra as Forças Armadas das Filipinas, um navio ou um avião (...) no Mar da China Meridional implicaria um compromisso de defesa mútua (...). Esse é o nosso compromisso infalível com as Filipinas", disse Harris.
Marcos indicou que "não vê um futuro para as Filipinas que não inclua os Estados Unidos".
Os Estados Unidos têm um relacionamento longo e complexo com as Filipinas e a família Marcos.
O pai do atual presidente liderou esta ex-colônia americana por duas décadas de forma ditatorial e com o respaldo de Washington, que o via como um aliado na Guerra Fria.
Agora, a Casa Branca quer reforçar sua aliança de segurança com Manila sob a presidência de seu filho, incluindo um tratado de defesa mútua e um pacto de 2014 que permite aos Estados Unidos armazenar equipamentos e suprimentos de defesa em cinco bases filipinas.
Esse acordo, de sigla EDCA, foi paralisado com Duterte, mas agora os dois países querem acelerar sua implementação.
Na terça-feira, Harris visitará a ilha filipina de Palawan, que fica perto das águas disputadas do Mar da China Meridional. Pequim reivindica a soberania sobre quase todo esse mar, em conflito com as Filipinas, Vietnã, Malásia e Brunei.
Ao ser questionado nesta segunda-feira sobre a visita de Harris, uma porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que Pequim "não se opõe às negociações entre Estados Unidos e os países da região".
"Mas essas negociações devem ser propícias à paz e à estabilidade regional e não devem prejudicar os interesses de outros países", declarou.
Uma sentença internacional de 2016 decretou que as reivindicações da China não tinham fundamento, mas o gigante asiático a ignorou.
* AFP