Equipes de resgate ajudavam neste domingo (30) os habitantes de Manila presos nas inundações causadas pela tempestade tropical Nalgae, que se afastava das Filipinas depois de deixar pelo menos 98 mortos no arquipélago.
Segundo a agência nacional de desastres, mais da metade das vítimas morreram em inundações e deslizamentos, que destruíram povoados na ilha de Mindanao (sul).
"Mudamos nossa operação de busca e resgate para uma operação de recuperação porque as possibilidades de sobreviver após dois dias são quase nulas", informou Naguib Sinarimbo, diretor da defesa civil da região de Bangsamoro, em Mindanao.
os socorristas procuraram os corpos em meio à lama e aos escombros, enquanto os sobreviventes da tempestade continuavam o penoso trabalho de limpar suas casas.
A tempestade atingiu a ilha principal de Luzon na noite de sábado, varrendo tudo em seu caminho e causando quedas de energia. Manila e cidades vizinhas sofreram com as inundações.
Em Paranaque, um subúrbio de Manila, os socorristas tiveram que atravessar nadando as águas de 3 metros de altura durante a noite para alcançar 60 pessoas, incluindo crianças, presas no último andar de um prédio, disse uma autoridade local.
"Eles gritavam e choravam de pânico porque não conseguiam sair", disse Noel Japlos, chefe da cidade, à AFP. Várias pessoas ficaram presas pelas águas da enchente a caminho de uma festa.
Na cidade vizinha de Kawit, um corpo em um caixão branco flutuava em uma rua inundada, observou um fotógrafo da AFP. O caixão provavelmente foi varrido durante uma enchente em um cemitério próximo, segundo moradores.
"É muito difícil. Não podemos nos mover por causa das inundações", disse um dos moradores, Andinor Cairme, à AFP.
A tempestade recuou para o Mar da China Meridional na tarde deste domingo, anunciaram os serviços meteorológicos das Filipinas.
O número de mortos pode aumentar porque a agência nacional de desastres registrou 63 desaparecidos em seu último boletim.
As Filipinas sofrem uma média de 20 grandes tempestades por ano que deixam centenas de mortos e mantêm grandes regiões na pobreza perpétua.
Os cientistas alertam que essas tempestades ficaram mais fortes com o aumento do aquecimento global.
* AFP