Os dois irmãos acusados pelo homicídio da renomada jornalista maltesa Daphne Caruana em 2017 foram condenados a 40 anos de prisão nesta sexta-feira (14), primeiro dia de seu julgamento em La Valeta.
Eles foram considerados culpados de ter fabricado, instalado e explodido a bomba que matou a repórter.
Inicialmente, ambos se declararam não culpados pelo homicídio, mas "sua posição mudou" pouco antes do julgamento e eles reconheceram sua culpabilidade, segundo seu advogado, Simon Micallef Stafrace.
Durante um interrogatório na prisão em julho, George Degiorgio confessou o crime, afirmando que se tratava de "negócios".
Um terceiro homem, Vincent Muscat, se declarou culpado no ano passado e foi condenado a 15 anos de prisão.
Yorgen Fenech, um rico empresário, foi considerado pelos promotores o autor intelectual do homicídio, mas negou sua implicação e aguarda seu julgamento.
Caruana Galizia, figura pública em Malta e jornalista investigativa conhecida como "mulher WikiLeaks", era muito crítica da elite política do país, a qual acusava de coleguismo e corrupção em seu blog.
Ela foi assassinada em 16 de outubro de 2017 em um ataque com um carro-bomba, horas depois de publicar uma mensagem que dizia: "Há ladrões por todos os lados. A situação é desesperadora".
O assassinato da jornalista de 53 anos provocou indignação internacional, além de protestos multitudinários em Malta e a demissão do primeiro-ministro.
* AFP