A oposição conquistou maioria, nesta quinta-feira (30), a maioria na Assembleia Nacional do Kuwait, o único Parlamento totalmente eleito do Golfo, para o qual duas mulheres foram eleitas - de acordo com os resultados oficiais divulgados nesta sexta-feira (30).
Os candidatos da oposição conquistaram 28 dos 50 assentos, enquanto 20 ex-deputados foram destituídos, incluindo três ex-ministros.
O Kuwait realizou 18 eleições desde que o sistema parlamentar foi adotado em 1962, o que reflete suas frequentes crises políticas.
As vitórias da ex-ministra Jenan Bushehri e de Alia Al Khaled garantiram a presença feminina no Parlamento, após a eleição de uma assembleia exclusivamente masculina em 2020.
O Kuwait nunca teve mais de quatro mulheres deputadas.
Também foram eleitos dois candidatos que estão presos, algo inédito no Kuwait, após serem acusados de participar de eleições parciais ilegais. Hamid Mehri Al Badhali e Marzuq Al Khalifa conseguiram concorrer às eleições, porque seu caso não afeta a honestidade, nem a honra, sob a lei do Kuwait.
Os candidatos xiitas conquistaram nove cadeiras, enquanto os islamistas - salafistas, membros da Irmandade Muçulmana e independentes - ficaram com oito.
Ahmed Sadun, o ex-presidente da Câmara dos Representantes, de 87 anos, volta ao Parlamento após um boicote de uma década, tendo conquistado mais de 12.000 votos.
Vários grupos de oposição puseram fim a seu boicote às eleições, depois que o príncipe herdeiro, xeque Meshal Al Ahmad Al Jaber Al Sabah, prometeu que não haveria interferência das autoridades nas eleições, nem no novo Parlamento.
Muitas figuras da oposição se mantiveram afastadas das eleições nos últimos dez anos, acusando as autoridades executivas de se intrometerem no funcionamento do Legislativo.
O Kuwait faz fronteira com Iraque, Arábia Saudita e Irã e é um dos maiores exportadores de petróleo do mundo.
* AFP