A Guiné Equatorial antecipou nesta terça-feira em cinco meses suas eleições presidenciais, para 20 de novembro, com a incerteza se Teodoro Obiang Nguema Mbasogo irá prorrogar seus 43 anos no poder ou passará o cargo ao filho Teodorin.
"As eleições presidenciais, da Câmara dos Deputados, do Senado e municipais são convocadas para 20 de novembro de 2022", diz um decreto presidencial lido no noticiário da TV estatal do pequeno país da África Central.
A antecipação das eleições foi justificada pela necessidade de que a mesma coincida com o restante das eleições, a fim de poupar gastos em um momento de crise econômica causada pela guerra na Ucrânia e a pandemia.
A principal incógnita das eleições será resolvida antes da votação: se Obiang, 80 anos, concorrerá a um novo mandato ou cederá o lugar a seu filho Teodoro Nguema Obiang Mangue, apelidado de Teodorín.
Obiang é o chefe de Estado mais antigo do mundo, sem levar em conta as monarquias, e tem o controle absoluto sobre a nação, com 99 dos 100 congressistas e todos os senadores pertencentes ao seu Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE).
Influente vice-presidente encarregado da Defesa, Teodorin é considerado o afilhado político de seu pai e onipresente no cenário político há dois anos. Mas o congresso do PDGE, que deveria tê-lo elegido como candidato em novembro de 2021, não o fez, para surpresa geral.
A dois meses da votação, a população, observadores e diplomatas se perguntam quem vencerá essa batalha: Teodorin ou os caciques do regime que o veem com maus olhos e pressionam seu pai pela reeleição.
* AFP