O furacão Fiona atingiu com força a costa leste do Canadá neste sábado (24), deixando 500 mil lares sem luz. Foram registradas diversas ocorrências de árvores arrancadas, casas destruídas e linhas elétricas danificadas.
— Fiona veio e deixou a sua marca na Nova Escócia e nas províncias vizinhas — disse o chefe de governo dessa região, Tim Houston, em entrevista coletiva concedida na tarde deste sábado.
— Isso não terminou — acrescentou.
As rajadas de vento violentas devem persistir até a noite, segundo o meteorologista Bob Robichaud. Ele observou, no entanto, que "as condições devem melhorar gradualmente nas próximas três a seis horas".
Segundo autoridades canadenses, Fiona, rebaixado a tempestade pós-tropical, ainda provocava ventos sustentados de 120 km/h às 17h GMT e se deslocava a uma velocidade de 37 km/h para nordeste.
— Grandes ondas atingiram a costa leste da Nova Escócia e o sudoeste da Terra Nova, e podem ultrapassar 12 metros — observaram as autoridades. Duas mulheres foram levadas em Channel-Port aux Basques, na província de Newfoundland, de acordo com um porta-voz da polícia. Uma das duas vítimas, arrastada após o desabamento de sua casa, foi socorrida e hospitalizada, e a outra continua desaparecida.
"Estamos com vocês"
"Estou pensando em todos os afetados pelo furacão Fiona. Saibam que estamos com vocês", tuitou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciando que as autoridades federais estavam prontas "para proporcionar recursos adicionais às províncias".
"Nunca havíamos visto condições climáticas como essa", tuitou a polícia de Charlottetown, na Ilha do Príncipe Edward.
— É inacreditável. Não tem eletricidade, não tem wifi, não tem rede — confirmou o prefeito da cidade, Philip Brown, em entrevista ao canal público Rádio-Canadá.
— Muitas árvores caíram, há muitas inundações nas estradas — acrescentou.
A operadora Nova Scotia Power, que abastece a província de Nova Escócia, impactada por Fiona, relatou mais de 384.000 clientes sem energia por volta das 17h30 GMT. Nas outras duas províncias mais afetadas, a Ilha do Príncipe Edward e New Brunswick, as operadoras reportaram 82.000 e 44.000 residências sem energia, respectivamente.
"Nada grave" nas Bermudas
Fiona passou ontem como furacão de categoria 4 (da escala que vai até 5 de Saffir-Simpson), a cerca de 160 quilômetros a oeste das Bermudas, depois de deixar um rastro de destruição no Caribe. Com rajadas de até 160 km/h e fortes chuvas sobre este território britânico de 64.000 habitantes, Fiona não deixou vítimas, nem danos graves.
De acordo com a operadora de energia Belco, 15.000 de 36.000 lares ficaram sem energia ontem à tarde. Em muitas áreas, acrescenta a empresa, a luz foi restabelecida rapidamente.
Moradores publicaram nas redes sociais fotos de linhas de transmissão de energia derrubadas e algumas inundações.
Fiona matou quatro pessoas em Porto Rico no início desta semana, segundo a imprensa americana, enquanto uma morte foi relatada no departamento ultramarino francês de Guadalupe, e duas, na República Dominicana.
Em Porto Rico, que ainda tenta se recuperar da devastação causada pelo furacão María, há cinco anos, o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou estado de emergência. Além disso, a Fema, a agência federal para gestão de desastres dos Estados Unidos, planeja enviar mais centenas de membros de seu pessoal para a ilha, que sofreu apagões, deslizamentos de terra e inundações.
Na República Dominicana, o presidente Luis Abinader declarou estado de desastre natural em três províncias do leste do território.