O general Michael Kurilla, chefe do comando militar americano para o Oriente Médio, pediu nesta segunda-feira (12) aos países com cidadãos retidos no campo de Al Hol, na Síria, que os repatriem.
Situado no nordeste da Síria, o campo de Al Hol abriga familiares de combatentes jihadistas e é administrado pelas Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelos curdos).
No campo também convivem milhares de pessoas capturadas ou que fugiram das ofensivas contra o último reduto do grupo Estado Islâmico (EI) em 2019.
"O campo abriga atualmente cerca de 54.000 pessoas, entre eles 27.000 iraquianos, ou seja, metade de sua população; e cerca de 18.000 sírios, assim como 8.500 estrangeiros (que não são nem sírios, nem iraquianos)", declarou o chefe do Centcom, o comando central dos Estados Unidos.
Segundo a ONU, metade da população do campo tem menos de 18 anos.
A maioria dos países se nega a repatriar seus cidadãos do Al Hol, apesar das advertências das organizações internacionais de que a situação no local é "catastrófica".
"Cinquenta por centro da população do campo é de herdeiros do EI que aderem à ideologia vil do grupo. O restante são pessoas que não têm outro lugar para ir e querem voltar para casa", ressaltou Kurilla em uma coletiva de imprensa na embaixada dos Estados Unidos em Amã.
"Incentivo todos os países que têm cidadãos retidos no campo que os repatriem e reintegrem (à sociedade)", instou o general.
"Temos que abordar este tema com empatia porque não há solução militar para esta questão", acrescentou.
Kurilla também informou que atualmente estava em curso "a repatriação dos prisioneiros e combatentes iraquianos do EI".
A administração curda semiautônoma do nordeste da Síria transladou recentemente ao seu país quase 700 iraquianos vinculados ao EI, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
* AFP