O novo presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, tomou posse nesta quinta-feira (21) numa cerimônia discreta no Parlamento e, segundo os responsáveis, já trabalha para formar um governo de unidade para enfrentar a grave crise econômica.
Wickremesinghe, seis vezes primeiro-ministro do Sri Lanka, foi eleito presidente no dia anterior pelo Parlamento, onde conquistou uma maioria esmagadora para substituir Gotabaya Rajapaksa, que renunciou na semana passada depois de fugir do país em meio a protestos.
O veterano político de 73 anos completará o mandato de Rajapaksa, que termina em novembro de 2024. Assume um país falido que negocia um plano de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI), e cujos 22 milhões de habitantes enfrentam grave escassez de alimentos, combustível e remédios.
O novo presidente tomou posse em uma cerimônia altamente vigiada no prédio do Parlamento, na presença do chefe de polícia e do alto escalão do exército. Fontes oficiais disseram que o novo governante formará rapidamente um gabinete para tentar tirar o país de sua pior crise econômica desde a independência do Reino Unido.
Espera-se que o gabinete de Wickremesinghe inclua vários legisladores da oposição. O líder da oposição Sajith Premadasa, que apoiou um candidato rival na votação de quarta-feira, disse que se encontrou com Wickremesinghe para discutir como proteger o país de mais "miséria e catástrofes".
"Nós, como oposição, ofereceremos nosso apoio construtivo aos esforços para aliviar o sofrimento humano", tuitou Premadasa na quinta-feira.
Uma das prioridades do novo governo é continuar as negociações de resgate com o FMI e reestruturar sua dívida externa insustentável.
A Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) atribuiu a crise financeira do Sri Lanka a investimentos chineses de alto endividamento.
"Os chineses têm muita influência e podem fazer um bom argumento para seus investimentos", disse o chefe da CIA, Bill Burns, ao Aspen Security Forum na quarta-feira. Ele acrescentou que o Sri Lanka "fez algumas apostas realmente idiotas em seu futuro econômico", atribuindo as atuais condições econômicas "catastróficas" a essas decisões.
Depois de frequentar um templo budista na quarta-feira após sua eleição, Wickremesinghe prometeu adotar uma linha dura contra os "desordeiros" que tentam atrapalhar seu governo.
* AFP