O primeiro-ministro da Macedônia do Norte, Dimitar Kovacevski, anunciou, neste sábado (16), um acordo em sua longa disputa com a Bulgária que permitirá iniciar as conversas de adesão do país à União Europeia (UE).
"Finalmente, depois de 17 anos, iniciamos o processo de negociação de adesão à União Europeia", disse Kovacevski aos jornalistas após uma reunião de governo.
"A partir de agora, avançaremos rumo à UE de forma acelerada", acrescentou.
Até há pouco, a Bulgária, país-membro da UE, havia bloqueado qualquer avanço nessas conversas devido à disputa dos dois países por questões linguísticas e históricas.
Contudo, no mês passado, os parlamentares búlgaros aprovaram o levantamento do veto em troca de que a UE garantisse que a Macedônia do Norte cumpriria certas exigências.
Entre outras questões, a Macedônia do Norte deve se comprometer a modificar sua Constituição para incluir os búlgaros entre os grupos étnicos reconhecidos e a "aplicar" um tratado de amizade de 2017 destinado a erradicar a incitação ao ódio.
A questão do idioma também continua sendo bastante sensível: a Bulgária considera o idioma macedônio um dialeto búlgaro, e os dois países mantêm conflitos em torno de eventos e figuras históricas, sobretudo do Império Otomano.
Não obstante, o parlamento da Macedônia do Norte adotou um marco negociador para proteger a língua e a identidade macedônias.
Para reformar a Constituição, são necessários dois terços dos 120 deputados do parlamento. Isso torna a questão delicada, pois o principal partido de oposição, a direita nacionalista do VMRO-DPMNE, se opõe ao acordo, que classificou de "traição à Macedônia".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, comemoraram a decisão da Macedônia do Norte.
* AFP