Centenas de manifestantes saquearam as instalações da missão das Nações Unidas em Goma, no leste da República Democrática do Congo, criticada por sua incapacidade na luta contra os muitos grupos armados que seguem ativos nesta região do país africano.
Após erguerem barricadas nas grandes avenidas de Goma, capital da província de Kivu do Norte, os manifestantes se dividiram em dois grupos e invadiram a sede local da missão da ONU no país, a Monusco, e sua base logística, na periferia da cidade.
Os manifestantes entraram no quartel-general da Monusco, quebrando janelas e paredes, e roubando computadores, móveis e objetos de valor, constatou um jornalista da AFP.
Os agentes da Monusco, por sua vez, foram retirados em dois helicópteros.
Na outra ponta da cidade, ocorram incidentes similares na base logística da missão.
Após a intervenção das forças de segurança, ocorreram várias detenções.
"A missão está muito preocupada com este grave incidente, que acontece um dia depois das declarações hostis e das ameaças por parte de indivíduos e grupos contra as Nações Unidas", explicou a Monusco em comunicado.
Durante um comício em 15 de julho em Goma, o presidente do Senado, Modeste Bahati, pediu à Monusco que "fizesse as malas" após 22 anos de uma presença que não conseguiu levar a paz para o leste da República Democrática do Congo.
A manifestação foi promovida por organizações da sociedade civil e pelo partido do presidente, Félix Tshisekedi, a União pela Democracia e o Progresso Social (UDPS, na sigla em francês).
A Monusco, presente na RD do Congo desde 1999, é considerada uma das missões mais importantes e caras da ONU, com 14.100 soldados e um orçamento anual de um bilhão de dólares.
* AFP