O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou nesta sexta-feira, 24, sobre a crescente falta de alimentos ao redor do mundo. Guterres define a situação como catastrófica, apontando como as mudanças climáticas, a pandemia do coronavírus e a desigualdade produziram uma "crise de fome sem precedentes" que já afeta milhões de pessoas.
A mensagem de Guterres foi transmitida para dúzias de representantes de países ricos e desenvolvidos, reunidos hoje em Berlim. O secretário-geral observou que as colheitas na Ásia, África e América serão impactadas como consequência da dificuldade para agricultores suportarem o aumento dos preços de fertilizantes e energia. Segundo Guterres, negociadores da ONU estão trabalhando em um acordo para permitir que a Ucrânia exporte comida - inclusive pelo Mar Negro - e que a Rússia traga comida e fertilizantes para mercados mundiais sem restrições.
Finalizando seu discurso, Guterres pediu para os representantes considerarem aliviar o débito de países pobres, ajudando a manter suas economias fora de perigo, e para o setor privado ajudar na estabilização de mercados globais de alimentos. "Os problemas de acesso à comida deste ano podem se tornar a falta global de alimentos no próximo. Nenhum país estará imune às repercussões sociais e econômicas de tamanha catástrofe", afirmou.