Pelo menos sete pessoas morreram, quatro delas decapitadas, em ataques e atos de violência relacionados com os jihadistas no norte de Moçambique, afirmaram nesta terça-feira (14) fontes locais, enquanto a ONU assegurou que milhares de pessoas fugiram de seus lares.
Os ataques foram registrados na rica província gasífera de Cabo Delgado, onde os jihadistas lançaram um movimento insurgente e violento a partir de 2017, provocando uma reação militar regional no ano passado, que restabeleceu parcialmente a calma.
Quatro pessoas foram decapitadas na localidade remota de Natupili, segundo relataram à AFP os moradores aterrorizados que fugiam da região.
Ademais, supostos jihadistas mataram na quarta-feira passada dois operários da mina australiana de grafite, Triton Mineral, segundo informou a companhia que opera em Moçambique.
As Nações Unidas, por sua vez, estimam em 10.000 o número de pessoas que abandonaram suas casas na semana passada.
O número total de deslocados em maio era de 730.000, segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnudh).
"Os deslocados foram testemunhas de decapitações, estupros, incêndios de casas e de sequestros, incluindo de crianças", indicou a ONG britânica Save the Children em comunicado.
Mais de 80% dos deslocados são mulheres e crianças.
Mais de 4.000 pessoas morreram desde o início da insurgência jihadista em 2017.
Cerca de 3.100 soldados de diversos países africanos foram enviados para Cabo Delgado em junho de 2021, restabelecendo o controle sobre parte do território.
A agitação forçou a suspensão de um projeto de gás francês de US$ 20 bilhões.
* AFP