Os líderes do G7, reunidos na Alemanha, pretendem trabalhar para aplicar um mecanismo de limitação do preço do petróleo russo, para impactar uma fonte importante de receita de Moscou, afirmou uma fonte da Casa Branca.
O texto final do encontro deve incluir um acordo de princípio sobre a criação do mecanismo inédito e complexo que buscaria impedir a Rússia de vender seu petróleo acima de um determinado valor.
— Alcançar um consenso sobre esta questão seria um passo adiante bastante espetacular e um dos resultados mais significativos do G7 — afirmou na segunda-feira o conselheiro de Segurança Nacional do presidente americano, Jake Sullivan.
Ao mesmo tempo, ele ele admitiu a dificuldade técnica do projeto.
Escassez de alimentos
As sete potências pediram também que os países e empresas com "grandes reservas de alimentos" que ajudem a aliviar a escassez de produtos "sem distorcer os mercados".
"Como recurso a curto prazo, pedimos aos sócios que têm reservas importantes de alimentos, assim como ao setor privado, que disponibilizem os alimentos sem distorcer os mercados, inclusive apoiando a estratégia de compra do Programa Mundial de Alimentos", pediu o G7, que encerra nesta terça-feira a reunião de cúpula no Castelo de Elmau (sul da Alemanha), em um comunicado.
Os líderes do G7 se comprometeram com uma ajuda adiciona de US$ 4,5 bilhões para lutar contra a insegurança alimentar, o que eleva o total dos esforços este ano a quase US$ 14 bilhões, segundo o documento. O grupo também reiterou o "apelo urgente à Rússia para que acabe, sem condições, com o bloqueio dos portos ucranianos no Mar Negro, a destruição das infraestruturas portuárias, de transporte, de silos e terminais de cereais".
As potências também pediram a Moscou que interrompa a "apropriação ilegal" de produtos e equipamentos agrícolas na Ucrânia e acabe com qualquer atividade que obstrua a produção e exportação ucraniana de alimentos ucranianos.
"Estas ações podem apenas ser consideradas como um ataque com motivação geopolítica contra a segurança alimentar mundial", denunciou o G7.
A invasão russa da Ucrânia e o bloqueio imposto aos portos do Mar Negro provocaram uma alta dos preços dos alimentos e a disparada da inflação em todo o mundo. A Rússia nega impedir a passagem de navios e culpa as sanções ocidentais de provocar a crise alimentar.
Práticas da China
O G7 condenou as práticas econômicas desleais da China e prometeu um "posicionamento coordenado" para enfrentar o cenário, afirmou uma fonte da Casa Branca, que considera esta uma iniciativa "sem precedentes".
Eles também denunciaram as "armadilhas da dívida" que, afirma o G7, Pequim preparou para os países em desenvolvimento, acrescentou. Além disso, eles se comprometeram a acelerar os avanços para enfrentar o trabalho forçado com o objetivo de "acabar com todas as formas de trabalho forçado nas redes de abastecimento mundiais".