Estados Unidos, Brasil, Argentina, México e Canadá adotaram a Declaração Conjunta de Exportadores Agrícolas, que inclui um aumento na produção de alimentos e fertilizantes, informou nesta terça-feira (14) o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Brian Nichols.
"Juntos, aumentaremos a produção de alimentos para exportação, a produção e transporte de fertilizantes e a eficiência agrícola", escreveu no Twitter, especificando que a declaração foi adotada durante a Cúpula das Américas, realizada na semana passada em Los Angeles.
De acordo com um comunicado da Casa Branca, os cinco países dizem que, como grandes exportadores agrícolas, podem "fortalecer a segurança alimentar global".
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estima que os países importadores de alimentos pagarão mais, mas receberão menos em 2022, devido à guerra na Ucrânia.
A invasão russa na Ucrânia, lançada em 24 de fevereiro, teve um impacto global, agravando a crise alimentar em muitos países devido ao aumento dos preços de grãos e fertilizantes.
Os cinco países decidiram, portanto, agir, num contexto em que quase uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a alimentos adequados, em que as interrupções nas cadeias de suprimentos obstruem o comércio e as mudanças climáticas ameaçam as colheitas.
O objetivo é maximizar a oferta de alimentos para tentar "manter a estabilidade de preços" e garantir que as sanções pela guerra não afetem esses produtos.
Os signatários também se comprometem a prestar assistência humanitária aos mais vulneráveis, com doações.
Para apoiar um maior acesso a fertilizantes, Estados Unidos, Brasil, Argentina, México e Canadá pretendem aumentar sua produção e otimizar seu uso por tonelada de alimento produzido.
A invasão da Ucrânia pela Rússia, dois importantes produtores de fertilizantes, abre uma corrida para a produção desses insumos, principalmente nas Américas.
A Rússia é o maior exportador de fertilizantes do mundo, com vendas de US$ 7,6 bilhões por ano em 2020, segundo o Observatório Econômico da Competitividade (OEC), praticamente paralisado pela guerra e pelas sanções internacionais. Sua produção cobriu 12,1% da oferta global.