A Lituânia anunciou, nesta segunda-feira (4), a expulsão do embaixador russo, após a invasão da Ucrânia e as atrocidades atribuídas aos soldados russos.
"Em resposta à agressão militar da Rússia contra a Ucrânia soberana e às atrocidades cometidas pelas forças armadas russas em várias cidades ucranianas ocupadas, inclusive o massacre horrível de Bucha, o governo lituano decidiu reduzir a representação diplomática e o embaixador da Federação Russa terá que abandonar a Lituânia", declarou à imprensa o chefe da diplomacia lituana, Gabrielius Landsbergis.
"Não demorará muito para que medidas de retaliação sejam tomadas", disse à AFP a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Landsbergis indicou que a Lituânia também vai fechar o consulado russo em Klaipeda, cidade portuária onde 20% dos habitantes são de origem russa.
O ministro lituano denunciou o suposto massacre de Bucha como um "crime de guerra".
A Ucrânia acusa o exército russo, que invadiu o país, de ter cometido esse "massacre".
As tropas russas ocuparam essa pequena cidade localizada ao noroeste de Kiev desde 27 de fevereiro. Desde então, a cidade estava inacessível.
No sábado, a AFP viu os corpos de ao menos 22 pessoas vestidas como civis nas ruas de Bucha, entre eles corpos ao lado de uma bicicleta e carregando sacolas de compra. Também viu um corpo com as mãos amarradas nas costas.
Segundo o prefeito da cidade, Anatoly Fedoruk, cerca de 300 pessoas foram enterradas em "valas comuns" em Bucha.
As imagens divulgadas em Bucha provocaram uma onda de condenações internacionais, acompanhadas de promessas de novas sanções contra a Rússia.
Segundo o ministro lituano, "à medida que mais cidades são libertadas, corremos o risco de ver mais casos horríveis de crimes de guerra".
Moscou nega ter matado civis em Bucha e o Kremlin afirma que os especialistas do ministério da Defesa russa encontraram sinais de "falsificações nos vídeos".
* AFP