O presidente da Rússia, Vladimir Putin, cometeu um "grave erro" com a invasão da Ucrânia e subestimou os ucranianos, afirmou o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg.
— Putin cometeu um grave erro, o de ter iniciado uma guerra contra uma nação independente e soberana. Subestimou a força e a coragem dos ucranianos — disse Stoltenberg.
Por este motivo, a Rússia "está enfrentando uma resistência maior que esperava na Ucrânia".
A Otan organiza nesta quinta-feira (24) em Bruxelas uma reunião de cúpula extraordinária para discutir a situação na Ucrânia e a necessidade de reorganizar a defesa do flanco leste da aliança militar. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, participará por videoconferência.
Stoltenberg disse que a Otan enfrenta "a crise de segurança mais grave em uma geração". Ele destacou que a aliança transatlântica "aumentou a presença militar na região leste" e acrescentou que os líderes da aliança discutirão "a necessidade de reorganizar nossa dissuasão e defesa a longo prazo".
Na redefinição, indicou Stoltenberg, o "primeiro passo" é estabelecer "quatro novos grupos de combate no flanco leste da aliança, na Bulgária, Romênia, Hungria e Eslováquia". A Otan já mobilizou os grupos de combate em outros quatro países: Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
A Otan resiste aos pedidos insistentes apresentados por Zelensky para a implementação de uma zona de exclusão aérea sobre o território ucraniano, porque isto poderia representar um conflito aberto com a Rússia.
Na quarta-feira, Stoltenberg afirmou que os países da Otan estão "decididos a fazer todo o possível para apoiar a Ucrânia. Mas temos a responsabilidade de garantir que a guerra não se intensifique além da Ucrânia e se transforme em um conflito entre a Otan e a Rússia".
Zelensky declarou na quarta-feira, em um vídeo, que a Ucrânia "espera passos significativos" por parte da Otan.