Os preços do petróleo registraram alta de mais 7% nesta segunda-feira (21), estimulados pela perspectiva de um embargo europeu às exportações russas de petróleo.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio fechou em forte alta de 7,12% a 115,62 dólares em Londres, seu nível mais alto em dez dias.
Enquanto o barril de West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril subiu 7,08% a 112,12 dólares em Nova York, situando-se acima de 110 dólares pela primeira vez em duas semanas.
Os ministros das Relações Exteriores e Defesa da União Europeia se reuniram em Bruxelas nesta segunda para examinar novas sanções contra Moscou após a invasão russa da Ucrânia.
O ministro irlandês de Relações Exteriores, Simon Coveney, se disse "aberto" à possibilidade de restrições que visem ao setor energético da Rússia, até agora relativamente exonerado das sanções europeias.
Em vista da situação na Ucrânia, seria pertinente "interromper o comércio normal" do petróleo e o gás natural com a Rússia, avaliou.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, pediu nesta segunda que a UE rejeite os hidrocarbonetos russos.
"A questão de um embargo sobre o petróleo não é se o queremos ou não, mas em que medida somos dependentes deste petróleo", afirmou a ministra alemã, Annalena Baerbock.
Alemanha e Holanda são os países da União Europeia mais dependentes do abastecimento russo.
"A possibilidade de sanções adicionais contra a Rússia, já aplicadas pelos compradores ocidentais" é "um risco colossal" e poderia impulsionar ainda mais os preços, avaliou Stephen Innes, da SPI Asset Management.
"Penso que será difícil que toda a UE aceite" um embargo, afirmou James Williams, da WTRG Economics. Para Andrew Lebow, do Commodity Research Group, só uma deterioração ainda mais marcada do conflito poderia "talvez fazer os alemães se moverem" neste tema.
Um embargo total da UE privaria a Rússia de destino para 2,5 a 3 milhões de barris diários de petróleo, segundo as fontes, e a Europa de um quarto de sua demanda de petróleo.
Estados Unidos e Reino Unido já decidiram um embargo sobre o petróleo russo.
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* AFP