A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não pode se permitir um "vácuo de segurança" no Ártico, objeto de "crescente competição estratégica" com Rússia e China - disse o secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg, nesta sexta-feira (25).
"Não podemos nos permitir um vácuo de segurança no Grande Norte. Isso pode alimentar as ambições russas, expor a Otan e aumentar o risco de mal-entendidos", disse Stoltenberg, durante uma visita à base de Bardufoss no norte da Noruega, onde grandes exercícios militares estão em andamento.
Em entrevista coletiva, o responsável norueguês, cujo mandato acaba de ser prorrogado por um ano devido à invasão russa da Ucrânia, ressaltou que a Rússia aumentou suas atividades militares na região nos últimos anos.
A Rússia modernizou suas antigas bases e construiu novas no Ártico. Também disse abertamente que quer ser um ator-chave nesta área.
Do outro lado da fronteira norueguesa, a península russa de Kola abriga a poderosa Frota do Norte, uma enorme concentração de armas nucleares e inúmeras instalações militares.
"Também observamos um interesse crescente da China pela região. A China se definiu como um Estado próximo ao Ártico e tem a ambição de estabelecer uma presença aqui", disse Stoltenberg.
"Por todas essas razões, o Grande Norte é uma região de importância estratégica para todos os aliados. É por isso que a Otan aumentou sua presença militar no norte", afirmou.
O exercício "Cold Response", um dos maiores já organizados pela Noruega desde o fim da Guerra Fria, recebe, no momento, cerca de 30.000 soldados de 25 países da Otan, além de Suécia e Finlândia, dois parceiros próximos da aliança militar.
* AFP