Mais de 5 mil pessoas que protestaram contra a intervenção militar russa na Ucrânia foram detidas no domingo em 69 cidades do país de Vladimir Putin, informou a ONG OVD-Info, que monitora as manifestações. O elevado número de detenções em apenas um dia não tem precedentes e supera as feitas nos protestos do início de 2021 contra a prisão de Alexei Navalny, líder opositor do governo.
Navalny convocou, da cadeia, a população a protestar todos os dias para pedir a paz na Ucrânia. Moscou e São Petersburgo, as duas maiores cidades da Rússia, concentram o maior número de prisões. Foram quase 2,3 mil pessoas detidas na capital e mais de 1,25 mil, na antiga Leningrado.
Vários ativistas publicaram imagens nas redes sociais que mostram detenções brutais, com agressões.
Para silenciar as críticas, as autoridades russas aprovaram uma nova lei na sexta-feira que reprime "informações falsas" sobre as atividades do exército russo na Ucrânia. De acordo com o texto, as penas variam de multa a 15 anos de prisão.
As pessoas que protestam ou convocam protestos contra a presença militar russa na Ucrânia estão sistematicamente expostas a multas. Em caso de reincidência, os manifestantes podem ser condenados a penas de prisão. O governo também proibiu que as pessoas usem a palavra "guerra" para definir a invasão no país vizinho.