O conflito na Ucrânia permite revelar quem são os "traidores" na Rússia e "purificar" o país, afirmou a presidência russa nesta quinta-feira (17).
— Neste tipo de situação, acontece que muitas pessoas são traidoras e vão embora das nossas vidas por si mesmas. Alguns se demitem, outros saem do país. É uma purificação. Outros violam a lei e são punidos conforme a lei — explicou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Um número indeterminado, mas significativo, de russos deixou o país nas últimas três semanas, devido à política de endurecimento do governo em relação àqueles que se opõem à ofensiva de Moscou na Ucrânia.
— Mas muitas pessoas realmente querem apoiar nosso presidente, e é a grande maioria — frisou Peskov.
Em um discurso ontem ao seu governo, transmitido pela televisão, o presidente Vladimir Putin defendeu sua operação militar na Ucrânia e também comparou o Ocidente aos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com Putin, "o império da mentira", que inclui países, veículos de comunicação e redes sociais ocidentais, vai querer se apoiar em "uma quinta coluna de nacional-traidores" para alcançar seus objetivos antirrussos.
— Cada povo, e especialmente o povo russo, poderá distinguir a escória e os traidores, e simplesmente vai cuspi-los como se fossem uma mosca que entrou na boca — disse Putin.
— Estou convencido de que essa necessária e natural autopurificação da sociedade fortalecerá nosso país — acrescentou.