As acusações de Vladimir Putin de "violações flagrantes" do direito humanitário por forças ucranianas são "mentiras", segundo a presidência francesa, que reagiu após uma conversa telefônica neste sábado (12) entre o líder russo, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz.
Durante a conversa de uma hora e meia com Putin, os líderes da Alemanha e da França pediram novamente à Rússia um "cessar-fogo imediato" e "encerrar o ataque" a Mariupol, onde a situação é "humanamente insustentável", disse a presidência francesa.
Antes dessa ligação, Macron e Scholz tiveram discussões com o presidente ucraniano Volodimir Zelensky, que pediu que eles conversassem com o presidente Putin para interromper os combates imediatamente.
O exército russo está apertando seu controle sobre a capital Kiev e continua bombardeando outras cidades.
Zelensky também pediu sua ajuda para libertar o prefeito da cidade de Melitopol, sequestrado na sexta-feira (11) por soldados russos, segundo Kiev.
Nesta cidade portuária estratégica, devastada por quase duas semanas de cerco, "a situação é muito difícil, humanamente insuportável", e a "única decisão que o presidente Putin deve tomar é levantar o cerco", disse o Eliseu.
Para Paris, o chefe do Kremlin espalhou "mentiras" ao mencionar "violações flagrantes" de direitos humanos por parte do exército ucraniano, que usaria civis como "escudos humanos", segundo Moscou.
Macron respondeu que "as exigências do exército russo devem parar" e que "violações" do "pior tipo" poderiam ser, "no sentido do direito internacional e sujeitas à investigação em andamento", qualificadas como "crimes de guerra".
A França repetiu que novas sanções "sem tabus" serão analisadas, como disse Emmanuel Macron na sexta-feira (11) no encerramento da cúpula da União Europeia em Versalhes, onde os 27 concordaram em dobrar o financiamento de armas para a Ucrânia.
Desde a reunião de 7 de fevereiro no Kremlin, Macron teve nove conversas telefônicas, incluindo na quinta-feira passada, com Putin, segundo a contagem do Eliseu.
* AFP