Cerca de 900 etíopes chegaram nesta quarta-feira (30) a Adis Abeba vindos da Arábia Saudita, no primeiro grupo das cerca de 100 mil pessoas que serão repatriadas nos próximos meses, apuraram jornalistas da AFP.
Os repatriados, entre eles muitas mães com crianças pequenas, desembarcaram no Aeroporto Internacional da capital etíope, informou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Todos "foram atendidos por equipes da OIM e oferecidos, entre outras coisas, alimentação, um alojamento temporário, assistência médica e aconselhamento", explicou o organismo da ONU em um comunicado.
O Ministério de Relações Exteriores da Etiópia anunciou que repatriará cerca de 100.000 de seus cidadãos da Arábia Saudita em um período de sete a onze meses, na aplicação de um acordo firmado recentemente entre os dois países.
Organizações de direitos humanos denunciam há anos as condições de detenção dos migrantes etíopes na Arábia Saudita.
"Chorávamos todos os dias. Nos davam pão e uma panela de arroz cozido para 300 pessoas. Às vezes, até 400 pessoas viviam no mesmo pavilhão e não podíamos ver a luz do sol" conta à AFP Jemila Shafi, de 29 anos.
"Estamos de volta ao nosso bendito país depois de seis meses de prisão", comemora Medina, uma jovem de 28 anos, embora acrescente que "muitos de nossos irmãos continuam sofrendo, especialmente nas prisões masculinas" sauditas.
* AFP