A União Europeia (UE) decidiu, na sexta-feira (25), congelar bens europeus do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e de seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov. Mais tarde, a Casa Branca afirmou que os Estados Unidos também irão impor sanções aos dois, em uma rara, mas não sem precedentes, medida americana contra um chefe de Estado.
A decisão unânime da UE, que faz parte de um pacote de sanções mais amplo, indicou que as potências ocidentais estão adotando medidas sem precedentes para tentar forçar Putin a impedir a invasão total do país vizinho e desencadear uma enorme guerra na Europa.
Esta é a segunda onda de sanções da Europa contra a Rússia, mas até então as medidas atingiam apenas pessoas do círculo próximo de Putin, bancos e instituições financeiras. Após apelos do presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, os líderes europeus concordaram em impor os congelamentos a Putin e Lavrov, e não descartam uma terceira rodada de ações.
— O mais importante é que Putin e Lavrov, responsáveis por esta situação, sejam severamente punidos pela UE. Vamos atingir o governo de Putin onde deveria ser atingido: não apenas o plano econômico e financeiro, mas no centro do poder — declarou a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, ao chegar à reunião em Bruxelas.
O ministro das Relações Exteriores da Áustria, Alexander Schallenberg, disse que a medida seria "um passo único na história em direção a uma potência nuclear, um país que tem assento permanente no Conselho de Segurança, mas também mostra o quão unidos estamos".
— Posso garantir que se você tiver grandes ativos e, de repente, não puder obtê-los, isso lhe custará — disse o chefe de relações exteriores da UE, Josep Borrell. Não ficou claro qual seria o impacto prático sobre os dois homens e qual a importância de seus ativos na UE.
Em Washington, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que a decisão de mirar Putin, Lavrov e outras autoridades foi tomada depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, manteve uma conversa por telefone com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Retirada do Swift
As sanções de ontem também terão como alvo as elites russas e dificultarão as viagens de diplomatas, mas os líderes da UE optaram por não restringir as importações de energia ou cortar a Rússia do Swift, a Sociedade de Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais.