Uma foto chamou a atenção no encontro dos presidentes da Rússia, Vladmir Putin, e da França, Emmanuel Macron, na última segunda-feira (7), em Moscou. Os dois estavam sentados nas duas pontar de uma mesa branca e comprida, a metros de distância um do outro.
A imagem rendeu muitos memes e algumas especulações, inclusive de diplomatas, que alegaram que Putin poderia estar usando o distanciamento para enviar uma mensagem, em um momento de tensões nas relações dos países por conta do conflito na fronteira da Ucrânia.
Nesta sexta-feira (11), o governo russo explicou o motivo da distância. Macron recusou-se a fazer um teste para covid-19 solicitado pelas autoridades russas, o que lhe impediu de se aproximar de Putin.
A Reuters informou sobre o caso, após ouvir fontes francesas na quinta-feira (10), e foi confirmada por Macron nesta sexta-feira. Segundo a agência, a Inteligência francesa impediu a coleta de uma amostra viral do presidente, o que poderia dar material genético à Rússia.
— Sabíamos muito bem que isso significava não ter aperto de mão e aquela mesa longa. Mas não podíamos aceitar que eles colocassem as mãos no DNA do presidente — disse uma das fontes à Reuters.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que Macron recusou o teste e disse que a Rússia não tinha problemas com isso, mas culminaria no distanciamento necessário de seis metros de Putin, para proteger a saúde de ambos:
— Não há política nisso, não interfere nas negociações de forma alguma — disse ele.
Outro fonte também disse que Macron realizou um teste PCR francês antes de ir para a Rússia e quando chegou ao país, fez um teste de antígeno aplicado pelo seu próprio médico.
Antes do encontro com o presidente da França, Putin recebeu na mesma mesa uma visita do primeiro-ministro húngaro e depois, o presidente iraniano Ebrahim Raisi. Em contrapartida, na quinta-feira (3) da semana passada, Putin se manteve em contato próximo com Alberto Fernández, presidente da Argentina.
O mesmo ocorreu com o presidente cazaque Kassym-Jomart Tokayev, recebido pelo líder russo na última quinta-feira (11). Os dois homens apertaram as mãos e sentaram-se perto um do outro, separados apenas por uma pequena mesa de centro.
Não há registros se os líderes de Argentina e Cazaquistão fizeram testes de PCR russos. O presidente Jair Bolsonaro embarca na noite da próxima segunda-feira (14), em voo comercial, para conversar com Putin em Moscou.