A China acusou nesta quarta-feira (23) os Estados Unidos, dizendo que o país cria "medo e pânico" em relação à crise na Ucrânia, e instou a diplomacia a reduzir as tensões que crescem rapidamente. Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying afirmou que a nação asiática se opõe a novas sanções unilaterais impostas à Rússia, reiterando uma posição chinesa de longa data.
Para a porta-voz, os EUA estão piorando a situação ao fornecer armas defensivas à Ucrânia, sem mencionar a mobilização de até 190 mil soldados da Rússia na fronteira ucraniana. Hua também não mencionou os esforços diplomáticos norte-americanos, franceses e de outros países.
— Na questão da Ucrânia, ao contrário dos EUA, que continuam enviando armas para a Ucrânia, criando medo e pânico e até mesmo reforçando a ameaça de guerra, a China tem pedido a todas as partes que respeitem e prestem atenção às preocupações legítimas de segurança de cada um, trabalhem juntos para resolver problemas por meio de negociações e consultas e manter a paz e a estabilidade regionais — disse Hua em uma coletiva de imprensa diária.
— Para entender correta e objetivamente a situação da Ucrânia e buscar uma solução racional e pacífica, é necessário entender os méritos da questão da Ucrânia e abordar adequadamente as preocupações legítimas de segurança dos países relevantes com base na igualdade e no respeito mútuo.
A porta-voz observou que as sanções impostas à Rússia foram ineficazes na redução das tensões, causando "sérias dificuldades às economias e meios de subsistência dos países relevantes".
— Os EUA nunca devem minar os direitos e interesses legítimos da China e de outras partes ao lidar com a questão da Ucrânia e as relações com a Rússia — finalizou Hua.
Apoio chinês
Pequim já havia demonstrado seu apoio a Moscou na crise em janeiro. No início deste mês, o presidente Vladimir Putin celebrou as relações entre os dois países depois de desembarcar na capital chinesa para acompanhar a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno.
— Nossas relações bilaterais progrediram em um espírito de amizade e de associação estratégica. São relações realmente sem precedente — disse Putin no encontro com o presidente chinês, Xi Jinping.